16.7.09

O TEU TEMPLO


Não é quando tudo está claro que vemos bem. Não é a certeza meridiana que nos transporta a verdade. Não é a tranquilidade acomodada que nos entrega a paz. Há um espinho, uma dor do feitio da nuvem que nos desinstala, nos abre à procura, nos coloca vigilantes e sequiosos de aurora. É nessa nuvem que Deus desce. É aí que os santos se entendem e os sábios se refugiam. É aí que as ninfas sorriem, os anjos aparecem, e o mistério se abre. É nessa gruta escondida que desponta o espaço sereno do viver e conviver. Aí se respira, aí se aprende a relação com as pessoas e com o mundo. Não se trata de um lugar, de uma igreja ou de um mosteiro. Mas é um templo. Com uma abóbada imensa. Um templo sem estátuas nem altares. É o coração do homem.