11.2.10

DIA MUNDIAL DO DOENTE


A saúde é o melhor bem que podemos ter e desejar. Todavia, é quando estamos doentes que o apreciamos de forma particular e com mais intensidade. A vida desenrola-se com os inevitáveis matizes da doença e é nesta situação que a dignidade e a serenidade devem marcar uma presença forte onde o conforto, o carinho e a amizade são uma constante a criar e a defender. A doença é uma escola de aprendizagem para todos, é preciso aprender a viver com ela, incluindo o próprio doente, mas sobretudo, a lutar pela vida, com paciência e esperança, sabendo que esta nos leva à descoberta de infindáveis capacidades para superar os limites da vida no tempo. Não entra dentro das nossas possibilidades eliminar o sofrimento, mas ele interpela-nos e conduz-nos à construção de uma nova perspectiva de sentido, mais amplo e global. A capacidade de aceitar a tribulação e a dor conduzem a uma aprendizagem interior, porque também há os doentes da alma.

Perguntamo-nos o porquê de catástrofes naturais como no Haiti (mas se são naturais porque nos perguntamos?...) ou o sofrimento daquele povo e de todos os fustigados em qualquer parte do mundo neste mundo em ebulição e mudança constantes, mas se olharmos para os doentes, entubados, intervencionados, ventilados, com bilhas de oxigénio, pre-senis ou dementes, com doenças do esquecimento ou dores físicas e da alma, então a agonia passa a ter resposta e já nao precisamos de cataclismos para nos beliscarmos se estamos acordados e se isto está mesmo a acontecer. Os doentes são portadores de uma vitória sobre a imanência, naquele instante no qual o presente e a eternidade se tocam e onde o tempo que falta encontra a transcendência que o completa. Com tudo o que isso tem de mistério. E de dor.