25.4.10

ESCUTA


O Homem moderno perdeu a capacidade de escuta. Não sabe nem quer escutar, apenas pretende fazer-se ouvir, pouco se importando que, nessa sua sua ânsia de se fazer ouvir, a sua voz acabe por se dissolver na multidão dos ruídos que poluem o nosso universo quotidiano. Há uma aprendizagem do saber escutar que é imperioso recuperar, sem a qual nunca nos chegaremos a conhecer a nós mesmos, tão metidos que estamos connosco e dando de barato que já sabemos tudo. O nosso tempo, pelo muito falar e em nome de uma pseudo-democratização do chamado direito de opinião, banalizou o dizer e os seus conteúdos, fechando com isso não apenas os ouvidos dos cidadãos já indiferentes ao muito que se diz, mas também o próprio coração que acabam por não escutar e, por isso, também por não conseguir conhecer nem seguir...

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Quero aqui deixar uma pública palavra de apreço às pessoas (reais e "virtuais") que me deixaram palavras de amizade, carinho, conforto, conforme as sensibilidades individuais, quer por e-mail quer por telemóvel. "Foi o tempo que perdeste com a rosa que tornou a rosa tão importante para ti" - disse o Principezinho. Por insignificantes que pareçam, são essenciais as pequenas acções, como uma renovação silenciosa, para que a vida não se emaranhe no repetitivo sem horizonte. Estar é prender a raíz que nos trouxe ao ramo que nos continua. E tudo passará a ter sentido, mesmo o que não acontece. E acontecerá a liberdade interior. E o nosso canto não será lamento. Obrigado.