13.4.10

IMAGEM, LIBERDADE E FELICIDADE

A nossa liberdade é proporcional à imagem que temos de nós mesmos. Mas a imagem pode não ser a real e então tudo se complica. Imagine-se que nos achamos o máximo, raramente erramos e temos sempre razão. Isso é um passo para as aferições sobre terceiros saírem, elas mesmas, erradas. Depois, toda a apreensão dos outros e do mundo fica enquinada nas falsas certezas que nos permitimos ter. É por isso que apelo sempre à humildade do ser, i.e., a olharmos sempre no espelho da realidade aquilo que tantas vezes o nosso ego (porque é um ego) mente. É esse equlíbrio que precisamos sempre de ter: entre o que julgamos ser e o que realmente somos. E esse equilíbrio nao é estanque, definitivo. É exactamente isso: uma tensão de equilibrio que obriga a uma conversão diária do que somos ao que julgamos ser. Assim seremos mais pessoas, mais nós, e estaremos a contribuir para um mundo mais humano porque mais verdadeiro.

Entretanto, e apesar da chuva miudinha de hoje, há sol no sexto piso onde diariamente eu os meus irmãos nos encontramos com o meu pai. Tem ultrapassado aquilo que supostamente era para ficar por ali, o que nos deixa simultaneamente mais empolgados (e até mais comprometidos) com a própria vida. A situação não deixa de ser crítica, mas francamente estabilizada. O facto de ter patologias várias não ajuda a que se recupere com leveza (o que se ajuda num lado, desajuda noutro, nomeadamente a função cardíaca e renal intimamente ligadas) mas no somatório das partes existe um saldo positivo para todos. Quero agradecer, uma vez mais, não apenas as mensagens deixadas no blog, mas também os e-mails. Mas o agradecimento não precisa que escreva para esses mails. Mesmo sabendo que devia. Também porque estou exangue. Interiormente há uma violenta quebra de energia anímica. As coisas estão longe de ultrapassadas, mas há sol no meio das nuvens e tudo ajuda a outro mood

Deixo-vos um abraço enorme e um beijinho queridíssimo. Somos todos muito frágeis. E apesar dos espinhos nascerem roseirais, também o jardineiro anseia por não se picar nas rosas. O que tem acontecido. Obrigado igualmente pelos selos que tenho recebido. Oportunamente posta-los-ei. E, sim, esta semana é a do meu aniversário. Mas o que é fazer anos se concentrarmos em nós aquilo que deve ser partilha e entrega por natureza? Façam a experiência de falsos aduladores, alimentem artificialmente o ego, tenham a melhor vida do ponto de vista social e material, e no fim digam-se se encontraram aí a felicidade! Só aquela vida que podendo ter tudo isso, mas sempre por base e inevitavelmente a partiha e o sentido das coisas simples e belas da vida, pode sentir-se plena e realizada. Porque o Homem é um ser relacional, e tudo o que não colocar na esfera grupal de atitude solidária, fraterna, amiga e autêntica, definha e morre e, como tal, não pode trazer felicidade. Por mim, celebro antecipadamente o meu dia, crente que mesmo as pessoas da web não deixam de ser pessoas, e por isso também convidadas ao meu abraço e à minha amizade :) Obrigado (sempre) por não deixarem de estar aí .