5.5.10

NÃO SABIA QUE ERA ASSIM...




Viver é isto. Perdermo-nos no riso, na loucura que engalfinha, na partilha que enaltece e enriquece. Mas nada disto sobrevive com autenticidade, se não formos capazes de transportar connosco, a cada dia, a verticalidade dos valores. Basta ver o filme e não fazer disto um relicário ou mera poesia. Caso contrário, toda a vida será uma ofensa e as nossas palavras terão sido ocas e em vão. Como dizia Georg Lichtenberg "No mundo encontramos mais frequentemente lições que conforto". O sentir unívoco no riso, na alegria escancarada, na sobriedade e na superação de nós mesmos como quem ouve um coro épico e não segue o socialmente correcto, é em si uma forma de viver. Sempre que fizermos de nós o centro do universo, estamos a cavar em vez de construir. Quem pensa que sabe tudo, não aprende nada. Temos de nos esquecer de nós mesmos muitas vezes para não cairmos na tentação de fazer o mundo girar só à nossa volta, e que só é válido aquilo que pensamos que é. Porque passando a redundância, viver é algo mais do que estar vivo! E quando um dia olharmos para trás, sorriremos pelos trambolhões mas também e sobretudo pela capacidade de abertura e humildade. Essa sim, a grande aprendizagem socrática hoje tão mais importante quando supondo que, sabendo tudo, não sabemos, afinal, ainda nada.

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(Para quem me pergunta como comentar, basta carregar no número que se encontra por cima de cada post. Um dia destes volto a mudar o layout do blogue. Talvez este não vos seja muito funcional. O que acham? Agradeço também os selos que continuo a receber. Postá-los-ei depois em conjunto. E, por favor, não me façam sentir mal quando nalguns e.mails me dizem que se sentem como que acabrunhados em comentar. Move-me a partilha e não vivo sem os outros. Não sou capaz. Não sou auto-suficiente nem sequer lutador. Mas defino-me como no video acima e nas palavras com que o ilustrei. A verticalidade tem de estar acima dos interesses pessoais sob pena de lidarmos com uma má consciência. Ainda que julguemos que não. Mas na vida, como no filme, há sempre quem prefira ficar sentado em vez de ousar simplesmente Ser! Obrigado também pela vossa presença).