19.6.10

EVANGELHO ÁCIDO




Quando morre alguém é sempre uma perda, mas aqui o escritor não se consegue dissociar da pessoa, e lamento não seguir o coro de aplausos e elogios mas nunca deixei de ver em Saramago um reaccionário, com soberba intelectual, sempre reclamando que Portugal nao o tratou como devia (mas ele não foi, infelizmente, excepção) e trocando Portugal por Lanzarote porque ele é que era o escriba do Império. Preconizando a União Ibérica, gabando-se de mandar à merda (literalmente) quem quer que fosse mesmo em público. Amargurado mais do que lutador. Faz falta o escritor. Não a pessoa.