22.6.10

LEI DE TALIÃO


O mal da lei de Talião, olho por olho, é que no fim ficamos todos cegos. Nas lutas entre humanos não há perdedores nem ganhadores, porque no fim somos todos perdedores. Reconhecer isto é o principio da convivência de qualquer vida razoável, que só o é em paz e na liberdade. Infelizmente, pessoas há que nem a consciência têm que são mortais, da sua efémera vida, quanto mais dos seus actos.

Quando morrer, e se acreditando na sua existência, Deus vier ter comigo (?) e me perguntar o que fiz na vida, dir-lhe-ei que num mundo opaco e sacana tentei viver de um modo razoável, mesmo quando o fazia contra mim, julgando os outros pelo meu comportamento, e que, se tivesse a possibilidade de viver outra vez, alegando como desculpa ter nascido com tão grandes limitações, num mundo que mudava com tanta velocidade, não tinha sido fácil encontrar o caminho, mas que se não o tinha encontrado, pelo menos tinha passado a vida a procurá-lo. E que sempre abominei os pseudo conhecedores de tudo, inclusive da razão que sempre julgam ter, e que com ela deixam cair sensibilidade e educação em nome de um ego tão ferido que nao se reconhece a nao ser nos reaccionarismos e cuspidelas para o lado. Ou como diria Kral Kraus "educação é aquilo que a maior parte das pessoas recebe, muitos transmitem e poucos possuem"... Isto para não falar das invejas baratas e dos cinismos sempre camuflados, esses sim, com suposta educação... É, enfim, a condição humana de quem se julga grande. Viver é tão mais simples... Aliás, da simplicidade e da partilha não há razão de viver que falte. Ninguém se faz sozinho nem uma vida num destino paradisíaco garantiria a sanidade mental de quem quer que fosse, se vivida a só... Todos precisamos de todos, mesmo quando julgamos que não...

Até já ;)

No próximo post vou voltar às imagens cómicas que por vezes me lembram em e-mail. Fica prometido :)