25.1.11

DANÇA INVISÍVEL

Saudades de ser o que não fui.
Saudades imensas num mar reprimido de lágrimas
Ou de únicos instantes na minha própria unicidade.
Saudades que brotam a espaços convulsos
de uma vida por viver.

Saudades do Tempo que não veio e
daquele que há-de vir.

Ergo-me, balbuciante e carente, procurando-me a mim mesmo. Nostalgia do futuro. Da minha própria dimensão. De um olhar imaginário. E danço.

Saudades do que não fui e lembrança do que há-de vir. Fado de uma criação nobre. Melancolia de um ser existido. Saudades do que não sou.

... E tu choras no pórtico do Tempo
que me há-de resgatar,
E danças comigo até eu desaparecer de teus braços
diluindo-me na gota que silenciosamente
morre a teus pés.