9.1.11

SER FELIZ CUSTA TÃO POUCO...


Para mim as pessoas enquanto pessoas (e não na eficácia do seu desempenho) valem pela naturalidade, simplicidade, espontaneidade e sobretudo pela verdade! Claro que há sempre uma ou outra coisa, mas no essencial devemos ser autênticos e amigos porque a amizade verdadeira não se tem a qualquer preço! Ou seremos hipócritas de nós mesmos! 

O ser humano é paradoxal e simultaneamente simples e complexo. Talvez por isso os sonhos sejam redutos, doces e paladares que depois também perdem a intensidade do gosto. Se não houver Partilha! Mas de nada valem os sonhos sem o Outro, que confirme pela Partilha íntima da alma em indizíveis contornos de entrega silenciosa ou gritantemente feliz, a razão da existência. O Outro começa por ser qualquer um (a quem se dirigem os blogs, os desabafos, as piadas, poemas, os facebooks e restantes redes sociais?) O Amor é pois o sonho maior. Ser um grande pintor ou esculpir a pedra como se fosse a própria natureza, compor melodias que nem os pássaros entoam, ou escrever a alma, tudo isto sobrecentrados em nós numa espécie de orgia mental ou de self made love, é tornar realidade um sonho vão porque está por natureza amputado da essência que conduz à Partilha e à Entrega! 

"Se queres chegar primeiro, corre sozinho. Se queres chegar mais longe, caminha em companhia do outro" - diz um provérbio africano. O correr sozinho começa logo por ser uma corrida e não uma caminhada. Alude ao individualismo da sociedade actual, agressivo e competitivo. Mas o caminhar acompanhado interpela-nos de um risco sempre em alerta: alcançado o sucesso, damo-nos conta que é breve e frágil. É mais importante realizarmo-nos como um todo, em plenitude, como pessoas integrais, do que chegar ao nível mais alto do que fazemos. A felicidade está sempre comprometida com o Outro. No amor, na amizade e na própria realização pessoal. 


Nesta semana que entra, este canto faz dois anos. Várias são as sensibilidades que por aqui passam e que me cumpre agradecer em jeito totalmente livre e solto. A palavra passe de acesso não só ao blog mas a mim mesmo, é sempre a mesma: a  Partilha! (Ou, se preferirem, a ingenuidade na crença de que a Verdade e o Amor são o pilar de relações autênticas entre as pessoas, mesmo na imperfeição de nunca estarmos satisfeitos com nada). Até lá, é sempre o caminhar com o Outro e não o chegar sozinho o mote de vida para a realização pessoal. Porque sem amor não há Partilha. E sem Partilha não há viver...

Ah, e claro, com muita alegria e simplicidade porque somos sempre estranhos até nos conhecermos :)