13.12.11

A CRISE DO HOMEM



Não deixa de ser irónico celebrar-se o Natal, e os cristãos estarem a ser perseguidos particularmente no Iraque, existindo inclusive um plano para expulsar os cristãos do Médio Oriente. O ano passado no dia 31 de Outubro, 57 pessoas foram assassinadas dentro da própria catedral e,  temendo que se repetisse a tragédia, foi cancelada a Missa da Noite de Natal em Bagdad, Mossul e Kirkuk!


Nuno Rogeiro fez a apresentação no Colombo no passado dia 6, do livro "O Preço a Pagar"- por me tornar cristão - (um testemunho fantástico de alguém que não teve medo de enfrentar tudo e todos para afirmar a sua fé) da Paulinas Editora em colaboração com a Fundação Ajuda à Igreja Que Sofre que se debate no terreno neste e noutros casos (e terrenos) por situações similares, e que podemos ajudar também com medicamentos para refugiados iraquianos na Síria, ou cabazes de Natal para o Norte do Iraque entre tanta outra ajuda promovida pela AIS.


A fotografia que deixo (tirada quando passava no Hospital Santa Maria em Lisboa) devia ser do Menino Jesus e não de Cristo adulto crucificado, mas pelos vistos não existe Natal sem Páscoa!











Dizem que a Islândia triplicará o crescimento em 2012 depois de prenderem os responsáveis pela crise financeira que lá se verificou (políticos e banqueiros).  No PS a culpa foi inocente! Estão várias gerações hipotecadas com a actual dívida, o nosso próprio presente está já hipotecado, e sem a demagogia de se dizer que a crise vem já de D. Afonso Henriques, não se pode deixar passar em branco uma situação destas. Seja de que partido for.               José Sócrates foi um mentiroso compulsivo. Houve muita engorda do Estado que nada tem a ver com crises internacionais ou culpas dos partidos da oposição. Sócrates dorme bem. Não tem qualquer peso na consciência pelo miserabilismo a que nos trouxe a todos. Pelo contrário. Foi agora notícia ao dizer que "pagar a dívida é ideia de criança", e o que tentou desdizer é areia para os olhos. A crise piora a economia mas não castiga os que a conduziram até aqui. Isto sem falar da tentativa há um mês em Braga de convencer os socialistas a não aprovarem o Orçamento de Estado com tudo o que tenha de mau! A frase bastante infeliz de Sócrates sobre a dívida, é a maior revelação da responsabilidade que lhe cabe no estado a que chegámos.



O mundo define-se como autónomo, senhor de si, materialista esclarecido e intelectualmente sadio. Olhando para a actual crise europeia, diria que a crise não é apenas económica e financeira, mas uma crise do Homem. A crise que atravessa o mundo tem causas e uma delas é a crise moral. Julgamo-nos senhores de nós mesmos, sem dar ouvidos a ninguém, porque ninguém tem nada a ver com isso. E aí está o individualismo aliado à irresponsabilidade, a gerar a autodestruição. Estamos muito apressados e precipitados a fazer o que muito bem nos apetece. E já nem digo que é um mundo sem Deus. É um mundo sem o próprio Homem!


Não termino este post sem falar da revista Cais. Provavelmente já todos conhecem, dedicada aos excluídos e marginalizados da sociedade como os sem-abrigo. São revistas vendidas pelos próprios necessitados, identificados com o cartão da associação, e podemos ajudar directamente pagando o valor da revista, cerca de três euros, sendo que uma parte fica para o vendedor sem-abrigo e outra reverte para a associaçao que tenta prover habitação colectiva, refeições e inclusão.            Todos estamos necessitados, mas há sempre mais necessitados do que nós. E quando penso que, mesmo que mal, e cortando muito, posso comprar um livro, estar na internet ou ir ao cinema, havendo tanta gente sem pão suficiente, casa, afecto, atenção e dinheiro para necessidades básicas, obrigo-me a escolhas e, neste caso, não apenas compro a revista na rua ajudando directamente o vendedor, como posso contribuir pelo menos com 10 euros anuais tornando-me sócio sem revista (ou 50 com revista para quem possa). Tal como a Ajuda à Igreja Que Sofre de que falo no início, e outras associações que, por qualquer motivo, me movem mais do que a Unicef ou Cruz Vermelha, com todo o mérito que têm.  Porque isto é que é Natal!