Triste, talvez cansado, sem alento.
Numa espiral de contrasenso.
Num desencanto que morre todos os dias
para acordar essa pueril ilusão de uma vida simples e feliz.
Com todos.
Alegre, talvez eufórico, com amor.
Num carrocel de dúvidas que matizam
e escondem que há tanto mar além da praia.
E hoje?
Terá de ser o mesmo calvário
em bonomia disfarçada?
E esta noite?
Terá de ser a mesma esperança
em olhos caiados de vidro?
Amanhã voltará a luta em cada instante
contra os muros sociais das vidas que não são.
Amanhã voltará a esperança no segundo
O sorriso dado e gratuito
A entrega assim, sem defesas nem interesse.
Prepara-se a escolta antes dos nenúfares
E as ordens assertivas para lá dos tapetes macios das folhas
cujas árvores se envolvem graciosas no vento
e despem-se no chão dourado que lhes traiu a felicidade.
Assim, a esmo e a rodos
Numa calma triunfante e solitária
Numa glória além de ti
Assim, sem balizas nem futuros
Nas lágrimas transformadas
pelas mãos que não recebes
Assim, na pueril credulidade do Ser
Nas asas que voam antes do horizonte
Nos gestos afagados de olhares macios
Assim...
Receberás no coração a palma irreversível
que Amar foi o teu dom
E no fundo das areias
caminharão outros passos
que seguem os sinais que os viventes não conhecem.
Numa calma triunfante e solitária
Numa glória além de ti
Assim, sem balizas nem futuros
Nas lágrimas transformadas
pelas mãos que não recebes
Assim, na pueril credulidade do Ser
Nas asas que voam antes do horizonte
Nos gestos afagados de olhares macios
Assim...
Receberás no coração a palma irreversível
que Amar foi o teu dom
E no fundo das areias
caminharão outros passos
que seguem os sinais que os viventes não conhecem.