25.9.12

UM CENTÍMETRO ACIMA DO CHÃO!

Precisamos de arejar a alma. Descansar dos atribulados tempos de crise, dos inevitáveis apertos de quem não nasceu rico, dos sonhos acumulados de ilusão. De mudar de canal e passatempo, de fechar os ouvidos a tanto excesso de realidade. Precisamos de descansar a alma para outras perspectivas da realidade, sem um enfoque demasiado nas coisas, nas situações e nas pesssoas. Não conseguiremos subir na leveza das asas, se não nos livrarmos de muito lixo, não apenas o emocional, mas também o da perspectiva do mundo que nos rodeia.
 
Não importa como insuflar um renovado oxigénio na vida cinzenta de tantos de nós, mas urge fazê-lo para purificar as águas turvas de tanto esbracejar. Se não estivermos sempre um centímetro acima do chão, acabaremos por inalar tanta toxicidade, que a poluição será parte de nós, e retirar-nos-á a qualidade que a vida requer e merece, sendo que qualidade não começa nem termina nos bens materiais como tanta gente confunde. Há muita coisa que não podemos mudar e outro tanto que sim. Pelo meio, existe ainda a capacidade de uma aceitação consciente mas não fatalista do presente em que vivemos. E, tal como um dia de chuva pode ser belamente introspectivo e simplesmente acolhedor, também a realidade se moldará a muito do que somos, se a cada instante não hipotecarmos o presente em mundos idílicos que, precisamente por isso, nunca chegarão.
 
A magia não existe em nenhum lado, que não na capacidade de olharmos com outra perspectiva o mundo que sonhamos. Somos sempre a nossa própria cura ou desgraça. As coisas e os outros são meros amuletos de uma realidade que somos nós. Basta começar por estarmos um centímetro acima do chão, do ruído e da maledicência, basta começar pela elevação para, metidos num mundo obtuso, confuso e tantas vezes injusto, não sucumbirmos a forças cujo antídoto, afinal, somos nós...
 
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 (O blog publicitado aqui ao lado, o SEGUNDA OPINIÃO e onde expliquei a sua existência, é um mero olhar pessoal sobre temas hodiernos numa perspectiva apartidária, o que me dá uma imensa liberdade para fazer um juízo crítico da realidade. Não me move, nem nunca moveu, a política, mas o que mexe comigo num registo de justiça e equidade. Todavia, achei por bem mudar para outro sítio temáticas menos nobres que aqui discurso, no SAIR DAS PALAVRAS onde, quem participa, também deixa um pouco de si, aproveitando, por isso, para agradecer os vossos sempre comentários tão elogiosos, quer às fotos quer ao que dita a minha alma. Obrigado por estarem aí...)