16.12.12

NATAL PRESENTE

 
Vivemos no minuto seguinte, na hora seguinte, no amanhã, aumentando a espiral de ansiedade e incerteza, impedindo-nos de viver no agora e de sermos felizes. O próprio Natal já perdeu brilho porque não andamos abonados com a galopante crise que só vai a meio e por isso deixa de ser Natal. Ora o problema não está tanto no que nos acontece mas na atitude face ao que nos acontece.

O Natal não é a época das prendas. O Natal é uma lareira que acolhe um amigo, um abraço a quem o não teve, uma lágrima enxugada, muitos risos partilhados e a alegria do amor nas suas diversas manifestações. O que a sociedade faz do Natal, é uma mera festa de consumo, mas isso já somos nós a ir atrás da superficialidade das coisas, uma vez mais iludidos que no ter reside a felicidade. Se assim fosse, os endinheirados do mundo eram pessoas mais que felizes, e apenas isso não é verdade, como são tantas vezes pessoas insatisfeitas e incompletas, precisamente porque o dinheiro nada tem a ver com felicidade. É imperativo redefinirmos alguns conceitos para estarmos mais no presente e fruirmos cada momento na carga que tem, ao invés de nos hipotecarmos em utopias irrealizáveis ou noções enquinadas de felicidade.
 
Quando não damos as mãos e nos individualizamos em esperas inúteis de uma suposta completude, já subtraímos o nosso próprio quinhão de realização pessoal, porque na partilha, no amor e na simplicidade é que está o segredo para ser feliz! O resto, as prendas e a materialidade das coisas, são meros acessórios a colorir a nossa vida...