22.2.13

SINAIS

Sentado contemplo a solidão das nuvens
enquanto no mar as ondas se espraiam sós.
O vento afaga os canaviais coloridos
e as estepes solitárias comungam da
necessidade de comunicação.
Uma tarde soalheira, uma noite estrelada,
um amanhecer prometedor.
As vozes calam-se em gestos e sinais,
revelando-se intenções e sonhos.
Das palavras fica sempre o desejo
mais fundo de querer,
como um moinho que mói em seco,
mas movido pelo vento da vontade e de ser.
Pelo meio ficam céus rosa e azuis
de entardeceres e madrugadas,
colorindo esse livro de cores e solidão,
como as nuvens errantes e peregrinas
de um caminho que não sabem.

Viaja sempre tanto a alma, e tão longe,
que cheira a mar e é de todas as cores.
Essas, que engalanadas no arco íris,
trazem afinal tanto silêncio por descobrir.
E ao querer perpetuar o dia ou o momento,
o sol de novo se declina em ciclos solitários
de uma comunicação que afinal se faz....