Saberás que o amor é responsabilidade livre.
Que a cor da entrega é o teu próprio sangue
e que a alma é a aliança que te une.
Saberás que as manhãs se deitam
nos gestos e oferendas
e que a quietude da tarde se aninha
no teu silêncio fecundo.
E no jardim escondido do olhar,
encontrarás alimento para os momentos
suspensos, onde as mãos se revogam
no acolhimento do sorriso.
De novo cairá a noite
e com ela virão as estrelas
que o coração preparou
nos interstícios das palavras.
E assim te devotas em chuva espontânea
e sol acolhedor, como aves suaves
nos beirais da tua infância
que te trazem agora à plenitude viva
do presente, em entregas sentidas
de quem já não teme o abismo do caminho.
E as asas revelam-te o futuro
sem te tirar do dia onde nasceste para dar...
