20.6.13

ELOGIO DA ROSA


Porque mataste a tua rosa?
As asas cansaram-se
de buscar a brisa.
Há um aperto na alma
que faz cair o sonho,
mas mantém-se aquela inocência que conduz
a vida em abraços apertados
como mãos juntas de partilha.

Porque matas a tua rosa?
É na estepe tranquila e silente,
adornada do cheiro da entrega,
que o afago te percorre
tão ausente quanto real.

Tornaste-te responsável pela rosa!
Na comunhão que será
sempre única
em instantes perpetuados
nas mãos que dás...

É o tempo que perdes com a rosa!
E de repente lembrar-te-ás
que é na doação
que a vida faz sentido
e que, afinal, eras refém de um
rapto racional
que o coração negou...