30.8.13

CLARIM

E agora a manhã
e o sol devagarinho
entre as nuvens do sentir.


E a brisa a avisar o dia
como ténue filtro
do desencanto e negação.


E de repente a luz,
por entre os ziguezagues da dúvida
até ao grande voo da entrega.


E o mar.
Tinha de lá estar o mar.
Não a praia. O mar.


E quando caminhas
sob o olhar da esperança
no taciturno ébrio
da inquietação,
cairá sobre ti
uma gota de ser
que agarrada nas ondas
onde te espraias assim,
te remete ao mundo doce
e brilhante
que um dia julgaste não ser.


Tocou o clarim da manhã.
Sorri na tua nova estrada
mesmo que longo o caminho...