7.1.18

PROZAC 0 HUMANO 1

Vivemos amassados por tanta informação, anestesiados no poder tecnológico, no bramir do dinheiro, na angústia do futuro, e mal sabemos o que é a comunicação da alma. Falamos sobre tudo, mas somos ignorantes da nossa própria condição. Habituámo-nos à personagem e não à pessoa. Falta humildade e serviço, bondade e modéstia; prevalece o ego e o endeusamento da finita razão.
 
A opinião passa a irrefutável certeza, o amor a orgulho, e rasgamos as estrelas até perdermos a mão no In...finito, onde nem a noite nem a luz nem nada nos abre os olhos para a obesidade de seres informados mas pouco formados.
Vivemos numa sociedade de taras, de sociopatas, de emergência do ruído, de palmadinhas nas costas. Ridicularizamos quem caminhe em sinal contrário, somos cordiais mas pouco autênticos, julgamos sem receios e tornamo-nos menos pessoas.
 
Falta-nos conduzir o Tempo e não de ser levados animalescamente por ele. Falta-nos soltar as palavras belas e inconfundíveis como se fossem pequenas fontes de água fresca e não uma sucessão verborreica a imitar um esgoto que a espaços convulsos deita água suja ao mar. Falta o Encontro. Aquele em que saímos de nós para o podermos ter verdadeiramente!
 
Falta-nos a leveza do ser.
 
Mas existe um remédio. Um remédio natural. Só se perde quem não sabe, não quer ou não pode amar. Um amor que preencha e complete a essência que somos e para a qual fomos destinados, um amor também universal, não apenas íntimo, mas também afectivo, que nenhum Prozac, nenhuma experiência de vida, nenhuma filosofia nem nenhuma energia cósmica, poderão alguma vez substituir.