17.12.19

QUANDO É NATAL?



Um grande violinista tocava uma música celestial na Central Station em Nova York, com um violino Stradivarius valioso (3.000.000 de dólares), mas ninguém lhe ligava. O mesmo violinista tinha tocado uma semana antes no teatro principal de Nova York diante de uma plateia entusiasta, onde o preço de cada bilhete de entrada era pelo menos 500 dólares.
É a velha questão de darmos valor ao socialmente correcto e aceite, de idolatrarmos os famosos só porque o são, sem reconhecer intrínseco valor a outros que não estão nos holofotes, mas têm essa centelha divina da importância que farisaicamente apenas reconhecemos aos que já estão socialmente creditados!
Tal como no Natal, confundido com consumismo puro, prendas e galhardetes, assistimos a essa anomalia, com a deturpação dos símbolos em centros comerciais transformados em viveiros de oficinas ambulantes do pai Natal, e a azáfama de baratas tontas que acomete as pessoas até ao último minuto antes da consoada...
Dou tanto mais valor aos dias anónimos do ano, aqueles de 2ª a 6ª em que ninguém se lembra de ninguém e muito menos são épocas festivas.... E é quando podemos oferecer o melhor que temos: amor e tempo, fazendo com que as prendas institucionais do Natal percam maior significado, porque sabemos presentear durante todo o ano com amizade imaterial e em gestos concretos de alma...
Porque aquilo que é decisivo é o amor, dado e recebido, nesta escolha que é necessário fazer todos os dias, aí, onde é verdadeiramente Natal.