22.12.19

SER NATAL



Na raiz do Natal está um facto humano e não uma invenção como o pai natal; é um nascimento, na humildade e na pobreza de uma gruta, e é isso que justifica as luzes e cânticos, não o consumimo e hedonismo.
É que, no Natal, não celebramos nenhuma fantasia, como o Halloween ou o Carnaval. O Natal comemora o nascimento de Jesus há mais de dois mil anos, numa noite que hoje corresponderia, eventualmente, à altura do verão, e que os primeiros cristãos adoptaram para esta altura devido ao solstício de inverno, onde se comemora a festa da luz, sendo Jesus apresentado como a Luz.
O Menino Jesus nasce despojado de grandezas numa gruta entre animais e, é por isso, que o verdadeiro Natal, é sempre o presépio do nosso coração.
Quem dorme nas palhas da fealdade da vida, dos cobertores que cobrem o frio da rua, dos envergonhados na pobreza e humildade, estão tantas vezes - nesses estábulos que indiferenciamos ou nem reconhecemos os sinais -, muito mais perto daquele Presépio verdadeiro, do que muitos de nós com cânticos natalícios regados com vinhos, perus, bacalhau, borregos, doces de toda a espécie, estonteamento material de prendas e risos, circos finos e mesas fartas e até missas do galo.
Mas Natal é simplicidade e interioridade, é a fragilidade assumida e a força da entreajuda, nas lágrimas e sorrisos, nos abraços sentidos e na alegria da partilha do continuado parto de Belém... É isso que é Natal!