28.2.21

MÁSCARAS E SOMBRAS


 As sombras são sempre o que somos e guardamos. A perfeição só existe quando assumimos a nossa própria fragilidade...

No entanto, inculcámos em nós esta convicção do mais, de que podemos sempre mais, da eficácia e da força, do ser mais e ter mais, da competição tácita, do tempo ocupado!
Mas não há qualidade de vida nem de tempo, sempre que deixamos de ser verdadeiramente nós, e é isto que nos traz ocupados e interiormente indisponíveis, esgotando-nos até ao limiar do precipício.
Somos vítimas de nós mesmos sempre que não sabemos respirar a alma. E viciosamente encontramos argumentos e desculpas para o nosso próprio vazio!
As pessoas muito arrumadas, a puxar ao crédito social, podem ser belíssimas pessoas, mas falta-lhes a capacidade de conseguirem ser elas mesmas onde todos se abrilhantam, a coragem de serem o que sentem.
As pessoas interiormente livres, não precisam de esperar pelos cânones sociais para aplaudir quem gostam, os "marginalizados" ou o que fica mal fazer. E são também as mais felizes... porque elas mesmas dão expressão ao seu próprio sentir...
As verdadeiras máscaras, as que usamos tão coladas à pele que já as confundimos com quem somos, são as que mais doem, seja por imperativos sociais, por medo de rejeição ou por receio de enfrentar os nossos próprios medos, mas só sendo nós mesmos em verdade e amor teremos vivido a vida em plenitude, e não em saltinhos de existência...