13.8.22

DIA INTERNACIONAL DA JUVENTUDE


Comemora-se hoje, dia 12, o Dia Internacional da Juventude (aliás, as Jornadas Mundiais da Juventude instituídas por João Paulo II, que ocorrem de quatro em quatro anos, serão em Portugal já no próximo ano com milhares de jovens vindos de todo o mundo).

Ora, ser jovem, independentemente da idade (até porque há jovens apáticos e adultos entusiastas), é saber ousar, arriscar o que em adulto parece mal ou não se faz, e confundindo tudo isto com o politicamente correcto, perdemos a noção entre elegância e vulgaridade, porque elegante será sempre sermos nós na condição humana do abraço e sobretudo das nossas atitudes, e não o sorriso manipulado ou o cinismo da amizade encapotada e do jogo social, estando do lado de todos como se essa infantil ideia fosse possível...
Muitos descobrem na ajuda terapêutica, que, afinal, os grilhões que os impediam de algo, incluindo agir naturalmente, estava precisamente na quantidade da energia gasta, para o esforço de querer agradar a todos, já que, tal, é vivermos na necessidade de aprovação alheia, mas as nossas atitudes têm sempre consequências, até quando nada fazemos, porque o silêncio pode ser uma contribuição para a injustiça, julgando nós não estarmos a fazer nada numa posição neutra. Pelo contrário, podemos estar, pela omissão, a torná-la pior.

Há uma diferença entre crescer e amadurecer. Já dizia Nietzsche "torna-te aquilo que és", e nós fazemos exactamente o contrário: tornamo-nos naquilo que é suposto para ficarmos bem no retrato.
Não há mal nenhum em chegar sem gravata a uma reunião de doutores, em comer um iogurte lambuzando os dedos, ou em preferir uma carrinha pão de forma a um Maserati para impressionar.
Em pedir uma torrada com manteiga em vez de impressionar com um brunch, ou sujar-mo-nos a brincar com um cão que, sem nos conhecer, nos pede festas.
Em usar o calçado que gostamos em vez de uns sapatos Armani ou roupa da Prada, para mostrar estatuto;
Em chorar sem vergonha, e em rir no meio da dor, não como quem a irreleva, mas porque é demasiado forte para se aguentar (e o humor é, mais do que um bálsamo, um autêntico remédio, em vez de nos consumirmos, gastando energia sem qualidade, no problema que nos afecta).
A ideia de felicidade, com tudo o que implica de viver a paz no meio da luta, e de sorrir mesmo com cinzas na alma, está ligada à maturidade emocional, não necessariamente ao crescimento. E isso requer liberdade interior para podermos ser verdadeiramente nós...
E então, comemorando-se hoje o dia da juventude, quantos de nós já não envelhecemos por dentro, rendidos ao embrulho e não à essência, e se crescer é tornar-se adulto sem se adulterar, então quantos anões não há por aí...