4.12.09

LEVA-ME DE MIM...


Leva-me de mim. Não te conheço, não sei quem és. Mas leva-me de mim. Ousa. E tu vens. Abres as asas e mostras-te Luz. Como a dizeres que fui incrédulo. Que não acreditei nas harpas e nos clarins. Abres a mão. Tocas na minha sem me olhar.Tens feito muito caminho - murmuras suave. Mas ainda não aprendeste a conquistá-lo. O caminho que tenho feito deixa marcas indeléveis. Invisíveis. Não sabem ler os meus sinais. Que orgulho poderia ter num caminho assim? Largas-me então a mão e voltas aos teus céus. Tens asas bonitas e grandes. Brancas. Embalas-me assim. E no chão cai uma pétala. Mas não sei da flor. Não sei de mim. Um dia haverá um concerto majestático. Por ora só o meu silêncio me embala. As minhas asas são demasiado grandes para poder voar, mas é com esse peso que todos os dias afasto o meu clamor.