1.5.10

QUANDO A DOR SE TORNA AMOR...

Cada um deve tirar o máximo partido daquilo que nos foi entregue, seja muito seja pouco. Tudo o que temos, corpo, inteligência, carácter, educação, recebemo-lo sabendo que unidos ganhamos todos, enquanto que se nos pusermos a afiar o dente uns contra os outros, todos perdemos. O mal da lei de Talião, olho por olho, é que no fim ficamos todos cegos. Nas lutas entre humanos não há perdedores nem ganhadores, porque no fim somos todos perdedores.  Infelizmente, pessoas há que nem a consciência têm que são mortais, da sua efémera vida, quanto mais dos seus actos. E se hoje falo disto aqui, e que já falei noutro post, é porque acabo de ver dois blogs amigos a falar sobre o Dia da Mãe que agora se comemora socialmente no primeiro domingo de cada mês de Maio.

Desta vez não escreverei sobre minha Mãe. Deus terá de entender que acima d'Ele estão os meus Pais. Porque não foram, não são uns pais quaisquer, e tão sagradas são as suas vidas agora noutra dimensão, que por certo iria sujar o sacrossanto desse amor com veleidades pessoais. E se foi Deus que criou o Homem tendente à auto-superação e perfeição de si mesmo com vista à realização plena do ser, então melhor ainda entende que os meus pais, e não apenas por serem meus pais, cumpriram o plano divino. De resto, não há dia da Mãe. Há o amor sempre presente da Mãe, do Pai, do Filho, seja quem for, mas não um dia singular, embora perceba os updates comerciais. Mas não os justifico.

Quando morrer, e se acreditando na sua existência, Deus vier ter comigo e me perguntar o que fiz na vida, dir-lhe-ei que num mundo opaco e sacana tentei viver de um modo razoável, mesmo quando o fazia contra mim, julgando os outros pelo meu comportamento, e que se tivesse a possibilidade de viver outra vez, alegando como desculpa ter nascido com tão grandes limitações num mundo que mudava com tanta velocidade, não tinha sido fácil encontrar o caminho, mas que se não o tinha encontrado, pelo menos tinha passado a vida a procurá-lo...