12.10.10

A ESCOLA E UMA SOCIEDADE DOENTE


 

É uma reflexão interessante. Como diz Belmiro Cabrito da Universidade Nova, nunca o número de professores com formação científica e pedagógica foi tão elevado como nos últimos anos. Nunca foi tanta a procura de formação contínua pelos professores. Nunca a formação assumiu esse carácter de urgência que assume hoje. Nunca se exigiu tanto de um professor, para ser professor.





Como podem os professores gostar de ensinar numa escola onde uma boa parte dos alunos não quer, não pode ou não sabe aprender? Uma escola onde se exige a produção de competências ao invés da formação de consciências? Onde se sucedem as reformas sem que se perceba o que correu mal na reforma anterior? Onde o respeito que o professor espera é, cada vez mais, recusado por alunos, encarregados de educação, políticos e mesmo a sociedade em geral?




E quantos alunos enchem as escolas e que não querem, não podem ou não sabem aprender? Quantos alunos chegam mal dormidos e mal alimentados, incapacitados de aprender? Quantos que não vêem utilidade na escola em virtude do futuro que os parece esperar? Quantos sentem a escola não como um lugar de aprendizagem mas como uma arena onde têm de lutar diariamente para sobreviver?













A escola não é apenas a escola dos edifícios, dos equipamentos, das TIC, dos professores bem formados. A escola deveria ser aquela onde jovens e professores se formam colaborativamente enquanto cidadãos para uma sociedade mais justa e equitativa. É uma escola onde os alunos gostam de aprender e os professores de ensinar. Mas, para isso, é preciso curar uma sociedade doente que deifica o hedonismo, o individualismo, a concorrência, a competição, o mercado.









É preciso mudar uma sociedade doente...