O novo ano não é um ano novo. É a continuidade da vida com um interlúdio festivo. Não mudamos porque o ano seja novo! Mudamos porque a vida nos bate na cara, ou porque a nossa inteligência e o nosso amor nos dizem que devemos ser mais humildes aqui ou mais reivindicativos acolá mas sempre mais humanos! E ser mais humano não é deixar cair os nossos legítimos interesses e direitos, mas usá-los como quem sabe que possui uma força que deve ser habilmente conduzida, e não uma verborreia de impropérios como quem aguça o dente e se quer mostrar moralmente superior.
Há que ter horizonte na relação pessoal com os outros e connosco mesmos. Devemos querer ver para além do nevoeiro que talvez em muitos momentos até se tornou, paradoxalmente, num porto de abrigo, fazendo-nos pensar naquilo que de outra forma não reflectiríamos. Há beleza também na noite.
Pugnemos pelo autoconhecimento abstraindo-nos daquilo que pensamos ser para procurar com autenticidade o que somos de facto.
Imprescindível, pois, não são os votos de boas entradas e de muita passa, muitos copos ou muito barulho, mas a disponibilidade interior que possamos ter para nós mesmos e para os outros numa vertente concertada de espaço inter-relacional. Não é o barulho das palavras nem o riso cão da falsidade que conta. A alegria procede de outra fonte! Quando há amor, existe alegria, mesmo que também haja barulho. Então sim, será um novo ano, não no calendário, mas dentro das nossas vidas.
E é nesse espírito que a tod@s desejo um Bom 2011, na proporção do que merecermos.
A minha amizade e o meu obrigado por estarem aí... :)
