11.2.12

TRANSMUTAÇÃO






a noite silente amenizou o impacto da luz, mas tu nao estavas lá.
a noite límpida transmutou a dor, mas tu nao estavas lá.
o dia apareceu folgado e belo,
e cheio de corriqueiras vidas te encontrou

um dia surgir-te-á a tempestade
e os portos de abrigo serão demasiado longínquos para te dar a mãos.
um dia choverão espinhos na alma
e não encontrarás bálsamo que suavize a dor
um dia soluçarás a banalidade em que te moves...

e, se tal como o amor a noite te aceitar,
sentirás que não foi vida o que viveste
mas esboços de linhas fora do papel

na vida encontramos outros caminhos         
em mundos paralelos de ilusão e dor
mas nada restará do que fizeste
nem obra ou rasto que deixes
que cintile no universo Humano o brilho do Amor








(pintura de Rosângela Pinho)