a noite silente amenizou o impacto da luz, mas tu nao estavas lá.
a noite límpida transmutou a dor, mas tu nao estavas lá.
o dia apareceu folgado e belo,
e cheio de corriqueiras vidas te encontrou
um dia surgir-te-á a tempestade
e os portos de abrigo serão demasiado longínquos para te dar a mãos.
um dia choverão espinhos na alma
e não encontrarás bálsamo que suavize a dor
um dia soluçarás a banalidade em que te moves...
e, se tal como o amor a noite te aceitar,
sentirás que não foi vida o que viveste
mas esboços de linhas fora do papel
na vida encontramos outros caminhos
em mundos paralelos de ilusão e dor
mas nada restará do que fizeste
nem obra ou rasto que deixes
que cintile no universo Humano o brilho do Amor
(pintura de Rosângela Pinho)