Se passares os clarões das trovoadas
e da chuva nao temeres molhar-te!
Se tiveres em teu colo o amor
e das incertezas não fizeres caminho!
Se da dávida abrires as mãos em
Se tiveres em teu colo o amor
e das incertezas não fizeres caminho!
Se da dávida abrires as mãos em
acolhimento e entrega,
e de dentro das amarras quebrares
os elos que te impedem...
conhecerás que as rosas têm
espinhos que não te farão mal
conhecerás que as rosas têm
espinhos que não te farão mal
se lhe conheceres o perfume!
E saberás que o sol
por vezes nasce doente
mas não deixa de ser
mas não deixa de ser
o astro rei!
E que a lua brilha pálida
E que a lua brilha pálida
uma ou outra vez,
mas é o luzeiro que ilumina
a noite mais profunda!
E que o caminho incerto só é
longo se não andares,
petrificado no deve e haver da emoção,
contabilizando afectos e razões
cujo resultado nunca será líquido,
porque o amor também é racional
mas não fala a linguagem da matemática,
e tem o poder de trocar as voltas
se o mereceres,
até que um dia percebas
entre lágrimas que não choraste
e risos que deste, que ali
se encontra o paraíso,
longe da poesia e das palavras fáceis,
em rosas que sangram,
em pétalas que se dão,
em chuva que não molha,
em relâmpagos de beleza,
em toques que se perpetuam
mesmo depois da despedida...
entre lágrimas que não choraste
e risos que deste, que ali
se encontra o paraíso,
longe da poesia e das palavras fáceis,
em rosas que sangram,
em pétalas que se dão,
em chuva que não molha,
em relâmpagos de beleza,
em toques que se perpetuam
mesmo depois da despedida...
E sorrisos que nenhum castelo
alberga nem nenhum palácio tem
que não o lar da alma,
esse onde aprendeste o amor,
como quem dá de si
que não o lar da alma,
esse onde aprendeste o amor,
como quem dá de si
sem se importar se perdeu,
como quem corre à chuva
sem se importar se está molhado,
como quem acredita também na ausência,
como quem voa sem ter asas
como quem corre à chuva
sem se importar se está molhado,
como quem acredita também na ausência,
como quem voa sem ter asas
na imensa vida, densa, interior e bela
de quem conhece a comunhão.
Então dirás que amaste!
Dirás que não te furtaste ao paraíso
porque a imperfeição existe lá
sob a forma de quem dá,
de quem recebe por inteiro
num fluxo contínuo
de crescimento e dor,
de entrega e amor!
de entrega e amor!
E então saberás que viveste.
E na apreensão dos gestos
só a totalidade conta.
E quando perguntado
por que te moves,
por que te moves,
que caminho fizeste,
terás à tua espera um jardim,
onde com alegria e júbilo
o amor serás tu mesmo,
como mãos que se tocam
em silêncio de palavras.
terás à tua espera um jardim,
onde com alegria e júbilo
o amor serás tu mesmo,
como mãos que se tocam
em silêncio de palavras.
E no capítulo humano da entrega
a tua vida escreveu-se a ouro
quando julgavas estar descalço
sobre a areia escaldante das
dúvidas e temor...