12.1.14

PERENIDADE DO AMOR

Gosto de saber que nem tudo é efémero, volátil, ao sabor das modas! Gosto de saber que as coisas não são só boas enquanto duram, que cada um pode fazer do momento a sua própria eternidade! Não me assusta a constância das coisas se nela houver a possibilidade, não apenas do erro, mas do desvio criador, do riso que se solta para enxugar as lágrimas, da palavra que desinstala do bolor interior. De saber que podemos surpreender e ser arrebatados à novidade que não conhecíamos. Gosto dessa constância, que não deixando de ser dinâmica nos marca como seres distintos e únicos, porém tão iguais nas necessidades psicológicas de amor e compreensão, de segurança e conforto! E mesmo quando nos molhamos e maldizemos os azares, de aprender com os erros e não de os legitimar, de abraçar e não de ferir, e de instigar sempre no outro a aceitação do novo e do recomeço pela desconstrução do próprio eu!
 
A fatalidade pode existir nas coisas que acontecem, e o desamor nas atitudes que possamos tomar, mas nenhuma felicidade se constrói sobre as cinzas que deixámos noutros; as nossas acções e omissões são provocadas por nós, mas não saem da génese das mãos sempre prontas a dar, a receber, a apaziguar, a acalmar, a desviar o mal, a abençoar ou a esconder, nem o coração o sente assim; esses sim, são momentos de prova, mas momentos, e não a constância da perenidade que quisermos ter!