Ninguém te levará se não te procurares a ti mesmo, nem ninguém fará da noite o sol que não tens. As mãos que te tocarem também se buscam, e o regaço que te acolhe mais não é do que o teu. Podem as palavras amenizar-te a caminhada, mas serás sempre tu quem caminha, e ainda que toquem para ti melodias alegres, precisarás de sintonizar em ti a música que pretendes.
Ninguém carregará o teu fardo se não te aliviares do próprio peso, e por maiores os sorrisos, sabes que será sempre a tua alma que permitirá continuar. Como quem apoia e bendiz e incentiva e fortalece é, porém, a tua solidão, que digere os espaços vazios onde ninguém esta lá, excepto as memórias que te fazem.
Como uma noite só, onde o mais longo braço não chegou até ti, é no escuro da vida que se encontra o processo de recomeço. Saber-te-á bem ouvir os encorajamentos de alma na prossecução do caminho, ou mensagens sublimes como bálsamo na dor, mas é sempre na tua própria agonia que edificarás um castelo de amor...
