18.9.14

ELOGIO DA CHUVA

 
 
Um sorriso que se faz perene
na tranquilidade outonal do ser,
em jeito de verão rebelde
que matiza as cores da alma
para voltar ao caminho de terra batida
onde os passos se fazem firmes,
mais firmes do que o alcatrão sólido
que escorrega perturbado as
confidências esquecidas,
como um amor que não se esquece, 
guardado para sempre entre
as asas da entrega,
 incondicional e oblativa,
 que carrega consigo
o sentido da vida,
em momentos perpetuados de ser,
como alguém que cresce e se faz,
porque acolheu em si o motor vital,
e não abandonou miserável
 o bater do coração,
fonte de vida que brota assim,
consistente e sustentada,
em jeito de caminhar rebelde e
confiante, como quem apanha
com gotas de chuva
 e lhes conhece o sabor,
temperado com  a brisa de dias
quentes, até dizer à chuva que
conhecem e falam a mesma linguagem,
a que se esconde e revela
nos interstícios luminosos do dia,
e do saber dar as mãos
em momentos grandiosos
que fazem infinito o caminho árido
de um amanhecer que ficou...