4.5.15

DO SILÊNCIO DAS PALAVRAS

Sou simples. Não me reclamo de vaidades, nem maldigo a chuva que me acolhe introspectiva. Ou a noite abandonada que de vazio nada tem. Empatizo-me com a lua que fala e com os silêncios de quem quer dizer. Com os bancos solitários de jardim e as árvores e caminhos que ninguém quer. Ou com a praia deserta no final das folias de verão. Há tanto sentir e lamento e frustração e dor, entre sons longínquos de alegria e paz, que preciso da noite serena e sábia para descodificar as tremelências da luz.   
 
Num abraço uma história, num sorriso uma dor, num olhar uma vida. E eu estou também aí, nesses silêncios escondidos entre tanta festa e ninguém...