30.6.15

DA SIMPLICIDADE FELIZ DO ESTAR





Subitamente uma vontade triste. A vontade dirige-se sempre para algo, mas aqui é estática. Como se uma tensão de equilíbrio em pacificação. Depois descubro que é apenas um resgate temporário, como se a realização reclamasse ser naquele momento. Um fio triste que escorre na alma. Os desejos não são necessariamente racionais, e precisamos do pensamento para acautelar dos seus benefícios. Caso contrário, confirma-se o adágio de que devemos ter cuidado com o que pedimos, sob pena de sermos atendidos.
 
Na vivência diária da beleza e da dor, é que se encontra, afinal, o elixir da felicidade, esse estado do instante que se perpetua e obnubila como o dia que se cruza com a noite sendo ambos necessários. E, então, estendo-me numa lezíria de sonhos, mas agarro algum feno para me lembrar do adágio.
 
E entre tormentas e sorrisos, espero-me plácido num dia de verão, com um bonito entardecer, onde o horizonte fica sempre ali, na simplicidade feliz do estar...