28.12.15

2016

 
 
Dos fracos não reza a História, diz-se, mas talvez que a nossa concepção de fraqueza seja, afinal, a simetria da glória. A azáfama diária pode dar a entender um ser perfeito, confiante e dinâmico, mas a realidade convive sempre com os apanhados. Esse lado natural e espontâneo que dispensa o toque da roupa ou a imagem fabricada, a tecnologia de ponta ou a intelectualidade quotizada.  Compreendemos as defesas por imperativos pessoais, mas também não devemos esconder a fragilidade que nos torna verdadeiramente reais. 
 
Para mim não contam tanto os dias festivos, mas antes os anónimos dias da semana. São tão mais importantes, porque são eles que forjam o resultado continuado. As festas, encontros, jantares têm o seu lado lúdico e mais do que isso, mas esgotam-se aí. Como diz a canção "Who's gonna drive you home?" Não se nutre a serenidade do verde, a magia da chuva, o manto da noite ou o encanto do mar em festas grupais. É nos dias comuns. A noite prepara o dia mas não recebe os agradecimentos. Da simplicidade nasce a alegria dos pequenos nadas. As coisas grandes são para todos; as pequenas são, de uma forma ou de outra, para os que nos são mais queridos.
 
Aproveitando para agradecer a vossa amizade e presença aqui, deixo uma velha piada mas que é sempre giro relembrar, e que é isto:
 
 
O que se teria passado, se, em vez de três Reis Magos, tivessem sido três Rainhas Magas? Depois de terem chegado a horas, ajudado no parto, terem deixado o estábulo a brilhar, preparado uma panela de comida e terem levado ofertas mais práticas, teriam feito estes comentários ao partirem:
 
- Viste as sandálias que a Maria usava com aquela túnica?
- O menino não se parece nada com o José!

- Virgem! Pois está bem! Já a conheço desde o liceu!
- Como é que é possível que tenha todos esses animais imundos a viver dentro de casa?
- Disseram-me que o José está desempregado!
- Queres apostar em como não te devolvem a panela?
 
 
 
                         F E L I Z    A N O       N O V O