28.5.16

A VIDA É CADA HOJE


 
 
Hoje só valemos pelo que formos amanhã. Maximiza-se o valor de tudo o que é sensorial, dinâmico, quantitativo. Esvazia-se a pessoa da sua interioridade num mundo de estímulos alienantes consecutivos, a cada nano segundo. Mas sobretudo valemos pelo que somos hoje, agora, e não esses futuros idílicos ou alienantes a que podemos nem chegar. É como se suspendessemos tudo o que podemos fazer de melhor com as desculpas de estarmos a meio caminho, mas o caminho que importa é aquele em que estamos no momento presente, não outro!
 
É o Outro a chave da existência. É o Outro que lhe confere significado e, por isso, é no Outro que nos realizamos. De resto, muitas vezes não sabemos o bem que fizemos ao Outro. Nem o Outro se apercebe do bem que nos fez a nós.
 
E o pior de tudo, é que muitas vezes leva-se quase uma vida inteira para se perceber que não houve partilha nem entrega nem amor, mas é exactamente isso que dá razão à existência!