8.11.16

AREJAR A ALMA

Precisamos de arejar a alma. Descansar dos atribulados tempos de crise, dos inevitáveis apertos de quem não nasceu rico, dos sonhos acumulados de ilusão.
 
De mudar de canal e passatempo, de fechar os ouvidos a tanto excesso de realidade. Precisamos de descansar a alma para outras perspectivas da realidade, sem um enfoque demasiado nas coisas, nas situações e nas pessoas.

Não importa como insuflar um renovado oxigénio na vida cinzenta de tantos de nós, mas urge fazê-lo para purificar as águas turvas de tanto esbracejar. A magia não existe em nenhum lado, que não na capacidade de olharmos com outra perspectiva o mundo que sonhamos.
 
Somos sempre a nossa própria cura ou doença. As coisas e os outros são meros amuletos de uma realidade que somos nós. Basta começar por estarmos um centímetro acima do chão, do ruído e da maledicência, basta começar pela elevação para, metidos num mundo obtuso, confuso e tantas vezes injusto, não sucumbirmos a forças cujo antídoto, afinal, somos nós...