26.8.18

EGO E FELICIDADE

 
 
Endeusamos sempre muito o intelecto, a inteligência cognitiva, e fazemos tábua rasa da inteligência emocional. E batemo-nos pelo ego como se fosse o alimento primordial, a massa unificadora de uma humanidade egoísta, outorgando à razão uma legitimidade que não tem. Pretendemos que entenda aquilo que lhe escapa, mas há valências que não são o seu escopo, mesmo que queiramos que sim.
Somos muito mais do que pensamentos calculistas e aritméticas de vida, e não é no ego nem na in...teligência cognitiva que está a realização pessoal; o ego precisa de ser cuidado até onde deve, garantindo a auto estima necessária, mas o resto é vaidade ou sobranceria.
 
A melhor maneira de sermos, é sabermos quem somos, e geralmente apenas sabemos o que somos! E metidos nesta cegueira, deixamos o ego alastrar selvaticamente cortando cerce manifestações mais nobres de entrega, porque subservientes ao nosso eu racional que comanda a nossa vida com a idiota vaidade de quem julga saber tudo! Mas só a consciencialização das nossas verdadeiras motivações e porquês, o que implica um exercício de auto-análise e humildade, nos livrará da arrogante opressão do eu, permitindo a liberdade de podermos ser nós...
 
Só assim poderemos ter outra compreensão do mundo, do outro e de nós mesmos, e perceber que as dinâmicas da vida escapam ao desejo autoritário da visão egotista de quem não consegue ver mais além... É sempre nas coisas simples da vida e na partilha desinteressada, que verdadeiramente somos felizes...