1.12.18

HOMOS FINALIS

Estamos na geração Internet, self made e dantescamente só. Cada um esgota-se em si mesmo, deificando a razão e endeusando o ego. Somos tão cerebrais, que matamos o encanto e o deslumbre, racionalizamos tudo, e estamos sempre impreterivelmente certos, mas a verdade é, que, perdemos a verdade, porque a vida é feita de outras dimensões! 

Precisamos de estar uns centímetros acima do chão, da vulgaridade, das falsas certezas. Falta o abraço amigo e não o dente afiado, a delicadeza do gesto e saber precisar do Outro, o acolhimento e não a ostracização do fracasso, a entreajuda e não a competição feroz! Os estímulos matam a interioridade, e confundimos barulho e ocupação com realização! 

Dizia alguém que só quem acredita na magia a encontrará! Reconhecer outras perspectivas para além do nosso limitado conhecimento da vida e do mundo, é fazer respirar a alma, sempre tão refém de uma matemática existencial tão diferente do viver!

É, que, sem compreender que não é um fim em si mesmo, o Homem continua ignorantemente só, fazendo dos troféus aquilo que cabe ao Amor, e daquilo que conhece, o mundo todo (quando, obviamente, há tanto mais para além do que alcançamos), e, assim, vai, carrasco e vítima de uma condição que o subtrai da verdadeira experiência de viver...