5.3.19

DO CARNAVAL


A máscara tem o sentido catártico de uma disciplina socialmente imposta. As personagens que representamos confundem-se no real e no imaginário, porque tanto somos aquilo que pensamos ser, como as personagens que apenas pensamos representar.


Carnaval é todos os dias. Entre a defesa e a hipocrisia, entre o real e o intencional, as máscaras são produto de personalidades prensadas no despotismo de muitos. Neste aspecto valorizo os simples, a simpatia do riso, a desresponsabilização salutar por tantos males do mundo!


O homem médio é sem dúvida o mais feliz. O Carnaval não devia ser um tempo avulso como se fosse um workshop circense; não devia ser uma catarse lúdica concentrada num dia colectivo. Tal como fazer férias não é hipotecar numa quinzena ou num mês o restante tempo livre, também saber brincar todos os dias é do mais salutar que há, já que contribui para a higienização mental e contagia na promoção do desbloqueamento dos problemas diários que sempre nos afligem...


É bom matar a necessidade de se brincar às guerras: aquelas onde as próprias pessoas são os campos de batalha...