4.6.19

CLUBE DOS POETAS MORTOS


Comemoram-se 30 anos do "Clube dos Poetas Mortos", um filme exemplar de arrojo e emoção, onde a lição é a de nos desinstalarmos das vistas curtas do egoísmo, e planar com asas intemeratas além do politicamente correcto, esse impedimento odioso que trata com cortesia o desprezível, e com desprezo o sentido humanista de qualquer sentido de bem. E a loucura de ir contra o instituído, não por libertinagem, mas por dever de ser!

Gosto da inteligência, da seriedade, da estética e da beleza, da arte, da elevação e da justiça, como gosto do humor, do sentido de entrega, do riso desbragado, amigo e descomplicado, da simplicidade, da capacidade de nos empatizarmos com quem morre na solidão mesmo revelando sinais contrários, ou de quem se alegra porque o dia ou o momento lhe correu extremamente bem…

Andamos todos à procura de algo, impacientes e insatisfeitos, mas a vida não se faz numa determinada altura, como quando se termina um empreendimento, se casa ou se tem uma promoção! A vida faz-se em cada dia, como se ele fosse a estação alfa e ómega, mesmo sabendo que é com sonhos que continuamos, não para nos descomprometermos com o Hoje, mas para nos relançarmos em novas epopeias, cientes, porém, de que é sempre no Agora, no Momento, no instante, que devemos dar o que somos, sem medos de preços humanos, respeitos sociais ou cotações de credibilidade. E quando soubermos rasgar a vergonha de ser, e ultrapassarmos o medo de depender do crédito que nos possam dar, estaremos a cumprir com valor a mensagem do filme em ousarmos ser simplesmente nós, com a liberdade que as sujeições sociais, o politicamente correcto ou a adulação dos putativos mais fortes, não permite... Carpe diem!