23.8.19

PERCEPÇÃO DISFUNCIONAL

O mundo está cheio de pessoas que pouco vêem além do seu próprio umbigo! Fazem das suas crenças a realidade e tornam-se injustas por isso! É esta, de resto, a definição de ignorância! Ignorante não é a pessoa que não sabe ler ou não tem um doutoramento! Ignorante é aquele que não tem noção do próprio mal que pratica, e que achando-se legitimado na própria ignorância, continua a praticar o mal, feliz e contente porque, tal como um tolo, não tem noção do que faz.

Tal como as multidões que são acéfalas e não pensam, antes vão guiadas pelo instinto colectivo e cego, assim as pessoas que não se conseguem distanciar de si mesmas! E sem conseguirmos ver além do umbigo, inflamam-se os egos e a injustiça corre como chuva de inverno achando todos que está um imenso sol. Nalguns impera o egoísmo, sob a capa de um pretenso amor, e tudo o que importa é o seu quinhão de existência! Interesses, preferências, hipocrisia, tudo servido com a egótica sensação de uma verdade absoluta e a máscara do socialmente correcto!

A capacidade de pararmos para reflectir e fazer um upgrade de nós mesmos, de nos distanciarmos dos nossos interesses e visões pessoais, é fonte de higiene mental e remete para a inteligência emocional que todos devíamos praticar! É por isso que valorizo os que têm coluna vertebral e coerência, e não sucumbem às conveniências, e que tantas vezes pagam com a solidão o preço de se manterem fiéis ao carácter e ao sentido de justiça, termos raramente encontrados em quem não sabe fazer da vida um lugar de amor e amizade numa dádiva constante de si!

Mas também valorizo os simples, os que não necessitam de aprovação social para simplesmente serem. E não precisam de uma quotização intelectual para brilharem! Não se colocam máscaras de austeridade comunicacional para fazerem valer o que são. Os grandes, são sempre assim: simples e humildes! Os que usam muito os cânones sociais, e fazem valer o que são pelos títulos que têm, são devedores de tanto, mas julgando-se pavões importantes. Não são. Do ponto de vista humano, o que conta é que damos, não o que temos…

E também valorizo a inteligência. Mas prefiro os sensíveis, se tiver de escolher! Uma pessoa inteligente sem sensibilidade, é praticamente um neanderthal moderno! A sensibilidade é um dom que se tem, para si, para as situações e para os outros..

E, claro, o humor! Só quem sabe rir de si e das situações, é interiormente livre porque não se tem mais do que à vida! E, neste gostar, se conhece e faz o conhecimento do Outro, da vida e do mundo ...