16.11.19

AUTO AJUDA

O problema dos livros de auto ajuda é que enfatizam o pensamento positivo, apagam a experiência do sofrimento para novamente chamar à atenção do pensamento positivo, e fazem sempre um fortíssimo apelo à auto satisfação e ao prazer. Alguns têm boas técnicas e tácticas úteis, mas no geral é isto!

É um erro. Tal como o amor não é o que idealizamos mas sim o que construímos, também a vida não é um quadrado estanque onde nos realizamos hedonista e egoisticamente. Nos tempos da realização pessoal e da inteligência emocional facilmente resvalada e/ou confundida com self made man, precisamos de nos lembrar que somos seres relacionais, e precisamos de saber que a felicidade não é a mera satisfação de caprichos e prazeres (esgotar-nos-iamos tão rapidamente que abriríamos uma ferida existencial), mas a capacidade de ser Pessoa e de partilhar valores de amizade, entreajuda, esperança e amor.

Quanto às experiências negativas, devem ser incorporadas para melhorarmos, para nos reconhecermos falíveis e aceitar o que for inevitável ou não depender de nós, e só desta forma, integrando o sofrimento e sabendo que a felicidade não é o mais ter mas o mais ser, nos realizarmos como Pessoas!