6.5.21

CURA PELO AMOR


 A 6 de Maio de 1856, nascia Sigmund Freud.

"A psicanálise é, na sua essência, uma cura pelo amor", dizia ele.
Na realidade, muitos dos nossos problemas são fruto de solidão, de aguentar a todo o custo o fardo emocional da competição e do desamor, de nos rasgarmos interiormente para brilharmos com um fulgor que esconde as nossas próprias sombras.
Mas nada disso é inteligente! A resiliência, a persistência, o acreditar em ir mais longe e não desistir, não é a competição do mais forte ou a inflamação do ego que, não raras vezes, leva à depressão e ao psiquiatra, mesmo que se negue a síndrome da autosuficiência, campo ilusório que invariavelmente conduz ao sofá do terapeuta.
Ninguém se faz sozinho mesmo quando pensa que sim, e só é inteligente aquele que rega as emoções e se abre ao amor, essa capacidade de nos reconhecermos humanos no Outro admitindo também a falha em nós!
Ser humano não é ser perfeito, e endeusar a razão é alimentar a solidão!
Freud tinha razão quando dizia que a psicanálise era uma cura pelo amor; não porque seja esse o único caminho, mas sim por ser o último recurso, quando se esgotaram as hipóteses de concedermos a nós mesmos a capacidade de amar e de simplesmente sermos nós...