José Sócrates em campanha para as legislativas deste ano, começa pelo fácil: acena com os casamentos homossexuais.
Não tenho grande opinião quanto à adopção por pessoas homossexuais (masculinas ou femininas) dado existir toda uma zona por se perceber bem no crescimento psico-afectivo da criança, mas ser contra o casamento entre duas pessoas, independentemente do sexo, é atentar contra direitos, liberdades e garantias consagrados na Constituição e que, ainda assim, conseguem ser revogados e adiados por via ordinária (artº 1544 do código civil) que terá de ser alterado caso os casamentos homossexuais sejam aceites.
O que eu digo é que Sócrates é (mais uma vez) hipócrita e demagógico.
Querem uma prova? Em Outubro do ano passado os socialistas inviabilizaram no Parlamento projectos do PCP e do BE neste sentido. Parece que agora lhes dá jeito, e a Sócrates em particular, acenar com uma bandeira para ter votos.
Não gosto do termo gays. Somos pessoas. Heterossexuais, bissexuais, homossexuais, transexuais, heterossexuais, whatever... Mas usar pessoas privadas social e legalmente de uma vida em comum com os direitos inerentes ao casamento (que juridicamente não passa de um contrato) é não se importar se devem casar ou não: é tão-só usar essa legítima pretensão para ganhar votos. Se assim não fosse a lei já estaria aprovada há muito.