11.2.09

A Lógica do Amor


Não sei como nascem os preconceitos mas todos conhecemos os seus efeitos nefastos e quanto dificultam uma serena procura da verdade. Alguns permanecem enraizados muito tempo, outros propagam-se pela força ou pela manipulação, a que nem as religiões ficaram imunes. Que difícil é olhar os olhos de alguém e reconhecer um semelhante.


É um risco colocarmo-nos na “pele” de alguém. Tentar ver o mundo a partir dos seus olhos, assumir a sua história, acolher as suas dores e alegrias, respeitar a sua sinceridade, é uma tarefa imensa. E é tão fundamental para nos podermos chamar humanos! Dois filmes, actualmente em cartaz, são uma provocação à lógica estabelecida do preconceito: “O rapaz do pijama às riscas”, uma parábola sobre a amizade entre duas crianças, uma alemã e outra judia, em dois lados do arame farpado de um campo de concentração; e “Milk”, uma biografia de Harvey Milk, que dirigiu a luta pelos direitos sociais dos homossexuais norte-americanos nos finais da década de 70. Distantes na época e ambos tão actuais! Senti o incómodo com que facilmente se julgam pessoas sem procurar conhecer.


A lógica da força oprime e destrói, gera orgulho e violência, distingue e exclui.
Só a lógica do Amor é que não.