10.3.09

...Solta-te e Voa...

Choramos encerrados na masmorra do nosso nome ou lemos mal o mundo, e depois dizemos que ele nos engana. O mundo pode ficar mesmo tão escuro quanto um sono sem sonhos. Pode a noite atravessar-se no teu caminho; as estrelas perderem-se entre as nuvens e tu habitares numa casa ao fim de uma rua desolada.

E se os montes fossem gritos de meninos que levantam os braços porque querem as estrelas? E se as gaivotas que te acenam à janela fossem recados de todos aqueles que te amam?

Não deixes passar as horas na sombra. Fala-te baixinho, observa a ave que esvoaçou ali e pousou no teu beiral. Talvez num momento, sem que disso te dês conta, tudo saia dos teus olhos como pássaros que voam de seus ninhos, e as tuas acções revelem a tua singular presença.


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Nota egoísta: Eu sei que não costumo falar de coisas comezinhas, ou se o café me soube bem, ou aquelas coisas que pouco ou nada revelam de nós, mas deixem-me partilhar a alegria imensa que um inesperado e-mail me deu hoje mesmo. Reza assim:


"Olá Daniel,
Escrevo apenas para saber o que é feito de ti...
Apenas porque não é normal estares vários dias sem actualizar o teu blogue...
Habituas-nos mal, sempre com excelentes textos para ler todas as manhãs e depois é o que dá... saudades...
Espero que nada de grave tenha acontecido(...)"


Fiquei comovido. Porque afinal não se trata de alguém que já conhecesse, mas que visitando o meu blogue sentiu a minha falta. Bem hajas! Soube-me indescritivelmente bem... Como quem limpa uma lágrima e sorri de seguida...