Choramos encerrados na masmorra do nosso nome ou lemos mal o mundo, e depois dizemos que ele nos engana. O mundo pode ficar mesmo tão escuro quanto um sono sem sonhos. Pode a noite atravessar-se no teu caminho; as estrelas perderem-se entre as nuvens e tu habitares numa casa ao fim de uma rua desolada.
E se os montes fossem gritos de meninos que levantam os braços porque querem as estrelas? E se as gaivotas que te acenam à janela fossem recados de todos aqueles que te amam?
Não deixes passar as horas na sombra. Fala-te baixinho, observa a ave que esvoaçou ali e pousou no teu beiral. Talvez num momento, sem que disso te dês conta, tudo saia dos teus olhos como pássaros que voam de seus ninhos, e as tuas acções revelem a tua singular presença.
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Nota egoísta: Eu sei que não costumo falar de coisas comezinhas, ou se o café me soube bem, ou aquelas coisas que pouco ou nada revelam de nós, mas deixem-me partilhar a alegria imensa que um inesperado e-mail me deu hoje mesmo. Reza assim:
"Olá Daniel,
Escrevo apenas para saber o que é feito de ti...
Apenas porque não é normal estares vários dias sem actualizar o teu blogue...
Escrevo apenas para saber o que é feito de ti...
Apenas porque não é normal estares vários dias sem actualizar o teu blogue...
Habituas-nos mal, sempre com excelentes textos para ler todas as manhãs e depois é o que dá... saudades...
Espero que nada de grave tenha acontecido(...)"
Espero que nada de grave tenha acontecido(...)"
Fiquei comovido. Porque afinal não se trata de alguém que já conhecesse, mas que visitando o meu blogue sentiu a minha falta. Bem hajas! Soube-me indescritivelmente bem... Como quem limpa uma lágrima e sorri de seguida...