4.5.09

A Paz, ou a perseguição do Pinguim:

Recentemente, Francis Ford Coppola, numa saborosa entrevista sobre a morte, disse assim:

"Morre num momento de graça quem tiver amado. Ou quem tiver sido amado".

No enfrentar sereno da vida e da morte, o amor é a condição fundamental. Podemos ter vidas espantosas e empolgantes ou extraordinariamente simples e discretas. Podemos ser conhecidos para o bem e para o mal ou praticamente ignorados pelos holofotes da fama, mas aquilo que é decisivo é o amor, dado e recebido, nesta escolha que é necessário fazer todos os dias que tem também a ver com o escutar o que nos vai na alma.

A paz não é só uma espécie de presente que saboreamos. É também uma responsabilidade. Porque quem a constrói descobre a felicidade, uma vez que a felicidade não é uma meta longínqua algures na vida, mas uma alegria continuada na serenidade da consciência e na alegria da partilha e da entrega. A Paz pede uma atitude de amor constante onde a preocupação e o egoísmo teimam em dominar. Ela convida a fazer pontes, a descobrir potencialidades, a confiar nos sonhos. Ela dá frutos quando assumimos o trabalho de a semear e ajudar a crescer. Não viveríamos mais felizes se em tudo estivéssemos ao lado da paz? Não a pasmaceira que é aliada da indiferença, mas a paz sem vencedores nem vencidos, mas belíssimas palavras de Sophia.


Quando pessoas que não estão em paz consigo mesmas, perseguem veladamente o outro. Deixam recados tácitos, indirectas, tentam danificar, apenas em nome do seu amor próprio, a imagem e eventualmente a honra de terceiros. Isto aconteceu comigo com duas pessoas. Uma de forma mais ou menos isolada, apenas porque discordava de mim e me enviou um e-mail cheio de impropérios. E, todavia, o seu blogue é muito insuspeito, porque muito culto e supostamente amigo. Eu tive essa experiencia por isso posso dizer supostamente amigo. A outra pessoa falo a seguir.

Quando cheguei à net, há cinco tímidos meses, fui descobrindo blogues por busca pessoal. Alguns, não só já conhecia, como costumava comentar embora sem eu mesmo ter um blogue. Os outros fui seguindo a partir de vários blogues que ia conhecendo e visitando. Pinguim, autor do seu próprio blogue, como todos nós, seguia determinado filão e pontificava em todos os comentários. Verificou que eu comecei igualmente a seguir uma série de blogues que havia em comum, alguns vistos na sua página, outros encontrados entre tantas outras que me foram comentando e a quem também eu comentava. E porque nunca o adicionei, (curiosamente ele também não o fez, e ambos com toda a legitimidade mesmo sem nos conhecermos, sequer virtualmente), sentiu-se vá-se lá saber porquê, preterido, apenas porque eu comentava muitos blogues, tal como ele o fazia antes de mim, e julgou ver nisso uma competição. De uma criança ou de um adulto com problemas de auto-estima, percebe-se mas não se deve tolerar como tanto tenho tolerado pelo silêncio. Ainda hoje sou alvo de indirectas e recados tácitos em muitos comentários, o que me leva a esta exposição.

Se continuar a ignorar, a indiferenciar, estou a aceitar que tenho qualquer tipo de culpa. Algumas (poucas) pessoas mudaram de atitude na relação para comigo, ainda que tudo virtual, apenas porque o referido Pinguim decidiu fazer-me uma acérrima perseguição que já me chateia e, no limite, embora a minha dignidade e a minha honra não dependam do que possam pensar de mim, outra coisa são os tentáculos que se vão espraiando com intenções de simplesmente me denegrir. E com isso não posso pactuar.

Na altura tentei fazer a defesa da minha honra no seu próprio blogue através dos comentários. mas obviamente não aceitou o último decisivo, porque sem argumentos, embora directo mas educado. Tentei, então, essa mesma defesa em três outros blogues, os mais chegados ao referido Pinguim. Aqui aconteceu algo de curioso: porque conhecido muito tempo, tomaram as suas palavras como dogma, a sua amizade como acima das suas opiniões e perspectivas pessoais, e confundiram a árvore com a floresta, para usar o adágio. E ao fazerem isso, revelaram que não sabem que nenhum amigo é inerrante e absoluto, que a natureza humana é igual em todos, e que o pior que podemos fazer é, não só o achincalhamento da dignidade da pessoa humana, como também pactuar com ele. Tanto é ladrão quem rouba como quem fica à porta.

Por isso, caríssimos leitores do Pinguim, não sei o que vos diz, ou se simplesmente aproveita os comentários para me afiar o dente sem que vocês disso se apercebam, mas independentemente do que vos tenha dito ou tentado dizer, não existem duas realidades, pelo que tentem ser isentos, imparciais, por mais amigos que sejam.

Não vos quero comigo ou com ele. Quero-vos, se forem capazes, no discernimento. E a saber separar as águas. Mas será que as pessoas nao se podem simplesmente dar bem? Claro que a psicologia explica muita coisa e os problemas diários também, mas nao a justifica. Costumo dizer que se eu fosse político, seria um deputado independente, Porque não teria amiguismos nem conluios e estaria mais perto da verdade e da autenticidade, valores que me são muitíssimo caros.

Como refiro, quem não está em paz consigo, não só entra em conflito com outros, como ainda pior, estende esses conflitos a terceiros só para se sentir acompanhado na sua senda de uma perseguição infantil. Pelo que o problema nao está na pessoa em si, mas nas atitudes que os outros tomam só porque ouviram dizer.

Até agora evitei falar do assunto. Mas quando vou visitar blogues e vejo a marca do pinguim, como que a implorar (de forma obviamente muito reptícia) que não se esqueçam que eu sou um tumor humano ou algo de género, sei lá o que ele diz, deixando piadas infantis a comentários que só têm a ver comigo e com a pessoa que comento, então deixem-me dizer, o meu pecado foi tardar em dizer tudo isto abertamente. Supus, porém, que o bom senso prevalecesse, mas até hoje o Pinguim nao deixa de me perseguir, numa idade que ja nao é assim tao jovem, o que o responsabiliza ainda mais.

Obviamente não falarei mais sobre isto. E provavelmente muitos dos que o seguem estarão agora apanhados de surpresa porque não sabiam da historia, (sim, é tão comezinha e infantil), mas costumo dizer que prefiro falar em público do que usar e-mails onde se ouve apenas uma versão. E se escrevi dois ou três foi já em reacção e não como iniciativa. Porque eu estava no meu canto e de repente o senhor que ja tem idade suficiente para supostamente ter a sabedoria da vida, decide, não apenas meter-se absurdamente comigo, sem qualquer fundamento (não o seguir é fundamento? seguir alguns blogues que ele seguia, é fundamento?) como enxovalhar-me usando o seu capital de conhecer pessoalmente muitas pessoas, de as ter em casa, de saber da vida delas, e por isso poder absolutizar nos outros uma verdade que nem sequer é sua. A isso chama-se difamação. Encapotada, mas nem por isso menos perigosa.

Repito: nenhum de nós é inerrante e absoluto, pelo que nenhum dos nossos amigos também o não são. O que não podemos nem devemos permitir, é ouvir e tomar como absoluta essa suposta verdade.

Quem não deve não teme, mas muitas vezes o silêncio pode ser entendido de forma cobarde. E por isso falei. Porque a paz constrói-se dia a dia, acção em acção. E porque basta darmos as mãos ou esquecermos o passado, para tudo retomar a normalidade.

Pessoalmente, sou daquelas pessoas que esquece no momento seguinte o que tenha acontecido antes... se tiver havido o mínimo de receptividade. Logo, não é por mim que isto se mantém, mas manter-me tão calado, seria deixar criar metástases na minha própria honra, que não sendo mais do que ninguém também não sou menos do que pessoas que por capricho ou auto-estima, me tentam denegrir.

A todos peço desculpa pelo desabafo, sobretudo aos que nem conhecem o blogue, mas afinal o nosso espaço também serve para isso, apesar de até ao momento eu ter tentado evitar falar sobre o assunto, que muito me tem custado, porque para além de eu ser frágil, vulnerável, e simples, também me move sobremaneira o sentido de Justiça. E aí sou um firme defensor da verdade, esteja ela do meu lado, ou do outro.

A Paz não existe no mundo, porque nao começa entre as pessoas.
Daniel