Enquanto o ciúme é um sentimento que podemos chamar triangular (e até é possível confessar porque envolve a presença de três pessoas e, ao fim e ao cabo, é aceite e comunicado), a inveja é bi-pessoal e não se pode confessar, porque há dois actores e nunca se pode mostrar às claras, porque perde-se toda a consideração.
A inveja, como é fácil intuir, é também o único vício que não procura prazer. Diria mais: é algo que macera e atormenta interiormente, que isola da realidade e falsifica as relações. O que aparece completamente evidente é que neste vício encontra-se uma grande percentagem de auto-destruição dado que o invejoso também é sempre uma pessoa descontente e uma pessoa melindrada. Bem sabemos todos como o ressentimento polui a vida, coloca-a numa realidade de estagnação e putrefacção. Isso acontece, por exemplo, quando ficamos ligados a uma cadeia de culpa, quando não conseguimos perdoarmo-nos a nós próprios, ou quando o nosso pensamento se centra de modo obsessivo numa ofensa recebida.
O invejoso detesta de modo visceral o bem dos outros, porque o bem dos outros é percebido pelo invejoso como uma derrota para ele, como um julgamento, como um falhanço de si próprio. O que o invejoso deixa transparecer é a dificuldade – para não dizer a impossibilidade – de se alegrar com o próximo, de compartilhar os sucessos. E isso acontece no círculo mais restrito, no mesmo grupo, até na mesma família, como nos ensina o episódio de Abel e Caim. Deste ponto de vista, talvez possa ser reformulado o ditado que diz que o amigo se reconhece na desgraça. De facto, o verdadeiro amigo pode ser reconhecido quando tudo corre maravilhosamente bem, até bem em excesso.
A inveja, como é fácil intuir, é também o único vício que não procura prazer. Diria mais: é algo que macera e atormenta interiormente, que isola da realidade e falsifica as relações. O que aparece completamente evidente é que neste vício encontra-se uma grande percentagem de auto-destruição dado que o invejoso também é sempre uma pessoa descontente e uma pessoa melindrada. Bem sabemos todos como o ressentimento polui a vida, coloca-a numa realidade de estagnação e putrefacção. Isso acontece, por exemplo, quando ficamos ligados a uma cadeia de culpa, quando não conseguimos perdoarmo-nos a nós próprios, ou quando o nosso pensamento se centra de modo obsessivo numa ofensa recebida.
O invejoso detesta de modo visceral o bem dos outros, porque o bem dos outros é percebido pelo invejoso como uma derrota para ele, como um julgamento, como um falhanço de si próprio. O que o invejoso deixa transparecer é a dificuldade – para não dizer a impossibilidade – de se alegrar com o próximo, de compartilhar os sucessos. E isso acontece no círculo mais restrito, no mesmo grupo, até na mesma família, como nos ensina o episódio de Abel e Caim. Deste ponto de vista, talvez possa ser reformulado o ditado que diz que o amigo se reconhece na desgraça. De facto, o verdadeiro amigo pode ser reconhecido quando tudo corre maravilhosamente bem, até bem em excesso.
O remédio para a inveja encontra-se, portanto, na aceitação do outro tal como ele é, naquilo que o distingue e o qualifica. Sem rancor, sem formular confrontos, sem alimentar sentimentos de inferioridade ou superioridade.
Rebaixar os outros, seja de que maneira for, não nos torna melhores.
Rebaixar os outros, seja de que maneira for, não nos torna melhores.