9.10.09

NÃO MEREÇO O NOBEL

Sempre apoiei Barack Obama. Inteligente, culto, simples e humilde (raridades raras, passe o pleonasmo num homem político) sem falar no sentido de verdade (ao contrário do nosso Governo), foi eleito um presidente para os EUA e para o mundo, considerando a influência, para o bem e para o mal, dos EUA.

Recai sobre os seus ombros a "quase" governação do mundo, mas está ciente de que não é portador de pós mágicos e sobretudo faz política com as duas mãos, sem esconder jogo. E estar ciente das limitações e da crise económica, e dos conflitos do mundo árabe, etc etc etc, mas ter optimismo e realismo em dosagens equiparadas, fá-lo mais responsável e sereno.

Hoje, recebe o Nobel da Paz e diz. "Não mereço o Prémio".

Merece sim. Apenas temos de ter a noção que não se pode agradar a todos, que quanto a mim Obama é uma espécie de Abraham Lincoln do séc. XXI, e nunca deixará de haver pessoas que criticam por criticar. Como refere um blogger num comentário a este prémio: "A atribuição do prémio a Obama deve-se não tanto ao que já fez, mas sim ao que pode e deve fazer. É um estímulo à figura que pode (e tem tudo para o fazer) mudar a face do planeta. Não deve ser visto tanto como um prémio mas sim uma responsabilidade acrescida para Obama.Que melhor maneira de almejar a paz do que ter como presidente do país mais beligerante à face da terra um galardoado com um Nobel da Paz?"

Eu acrescentaria apenas que não o podemos ver como o milagreiro, mas até na tentativa de fazer chegar a Segurança Social a todos, é criticado. Lá, nos Estados Unidos, onde a Segurança Social não existe, mas sim os seguros, obviamente pagos.

Faltam homens assim. Com inteligência, mas também com coração.