Mosteiro da Batalha
Antecipando segunda feira, dia dos Fiéis Defuntos, hoje é um dia que leva muita gente ao cemitério numa romaria que se perpetua até passarmos à mesma condição. Mas o que é isso de defunto? E o que é ísso de fiel? Uma pessoa que soube fazer-se representar a si própria pela verticalidade dos seus valores e dos seus princípios? Se um “defunto” é um ser inanimado, então quase todos andamos em exéquias, e se ser-se “fiel” é possuir valores não domesticáveis, então a terminologia usada é uma homenagem graciosa.
A questão que se coloca não pende para os que desapareceram do nosso convívio, mas para nós que continuamos o fado da criação, seguindo exemplos, moldando atitudes, aprendendo o erro! A experiência faz-nos! A morte também. Afinal, que catálogo de emoções seguimos nós, ao ponto de hipotecarmos a vida? A que prescrições sociais estamos nós restringidos? À lógica do racionalismo puro? À moral egoísta? E tudo isto para quê? Credibilidade social?
Ainda que mortos, e talvez por isso, dizem-nos consabidamente que o tempo é agora nosso. Para isso, mais do que lembrá-los, é necessário reflectir sobre nós mesmos. No juízo colectivo do socialmente correcto, nos cumprimentos e favores capciosos que fingem altruísmo e atenção, no passaporte obsessivamente carimbado com o visto da casa, do carro, do emprego e da família até à contracapa da reforma! Se viver for isto, então mais do que lançar um olhar ao passado pela recordação sentida de quem amámos, há que atribuir-lhes o exclusivo da vida, porque se os mortos têm a natural legitimidade de nada poder fazer, nós temos a ínsita obrigação de saber morrer antes do dia final. Morrer não é extinguir-se, mas dar-se. E dar é um acto de amor, de criatividade e de Vida!
Nada vale do que teorizamos na metafísica do viver. Nada vale sem o amor inteiro e não pluri-partido, como uma baby-sitter que presta atenção a todos e a ninguém! Porque como o Sol irradia o seu brilho e fulgor sem se importar com a sensibilidade de quem passa à luz, assim o Amor deve fazer, sem cuidar do egoísmo alheio. Muita gente vai hoje aos cemitérios, mas talvez, afinal, que os mortos sejamos nós.
A questão que se coloca não pende para os que desapareceram do nosso convívio, mas para nós que continuamos o fado da criação, seguindo exemplos, moldando atitudes, aprendendo o erro! A experiência faz-nos! A morte também. Afinal, que catálogo de emoções seguimos nós, ao ponto de hipotecarmos a vida? A que prescrições sociais estamos nós restringidos? À lógica do racionalismo puro? À moral egoísta? E tudo isto para quê? Credibilidade social?
Ainda que mortos, e talvez por isso, dizem-nos consabidamente que o tempo é agora nosso. Para isso, mais do que lembrá-los, é necessário reflectir sobre nós mesmos. No juízo colectivo do socialmente correcto, nos cumprimentos e favores capciosos que fingem altruísmo e atenção, no passaporte obsessivamente carimbado com o visto da casa, do carro, do emprego e da família até à contracapa da reforma! Se viver for isto, então mais do que lançar um olhar ao passado pela recordação sentida de quem amámos, há que atribuir-lhes o exclusivo da vida, porque se os mortos têm a natural legitimidade de nada poder fazer, nós temos a ínsita obrigação de saber morrer antes do dia final. Morrer não é extinguir-se, mas dar-se. E dar é um acto de amor, de criatividade e de Vida!
Nada vale do que teorizamos na metafísica do viver. Nada vale sem o amor inteiro e não pluri-partido, como uma baby-sitter que presta atenção a todos e a ninguém! Porque como o Sol irradia o seu brilho e fulgor sem se importar com a sensibilidade de quem passa à luz, assim o Amor deve fazer, sem cuidar do egoísmo alheio. Muita gente vai hoje aos cemitérios, mas talvez, afinal, que os mortos sejamos nós.